Da importância do marketing jurídico na advocacia moderna

O mercado jurídico tem enfrentado significativas mudanças ao longo dos anos, impulsionadas pela evolução tecnológica e digital, nomeadamente com o surgimento das redes sociais, mas também pela alteração do comportamento dos consumidores, cada vez mais exigentes na hora de contratar um serviço ou adquirir um produto.

De modo que, se é verdade que o marketing jurídico revelou a sua importância nos últimos anos, atualmente tornou-se indispensável à advocacia que queira destacar-se no mercado, seja ela em prática individual ou societária.

É sobre isso que nos vamos concentrar neste artigo.

O estado atual do marketing  jurídico em Portugal

Com o surgimento das redes sociais, de sites, blogs e afins, podemos dizer que o paradigma da advocacia mudou. Ocorreu uma transição (quase) generalizada para o digital, acompanhada da crescente produção de conteúdos jurídicos.

Mas ficou-se aquém das expectativas. A generalidade desses conteúdos são apresentados de modo excessivamente técnico, de juristas para juristas, negligenciado as necessidades do público-alvo.

Por outro lado, são geralmente conteúdos desprovidos da integração de estratégias de marketing jurídico. E isso conduz o leitor a um scroll infinito, a um verdadeiro desinteresse pela generalidade dos conteúdos jurídicos.

Podemos afirmar que nos encontramos próximo do grau zero do marketing jurídico na advocacia em Portugal. Nem mesmo as sociedades de média ou grande dimensão aproveitam as potencialidades que as condições atuais permitem.

Em grande medida, a "timidez" na implementação de estratégias de marketing jurídico tem relação com as restrições à publicidade direta na advocacia.

Até que ponto essas estratégias são admissíveis? Será que violam os valores deontológicos da profissão?

Não nos parece. Aliás, se as restrições à publicidade têm relação direta com o princípio de que o advogado deve ser procurado pela sua reputação – ao invés de anunciar «talento e honradez como quem anuncia bom café», nas palavras de Orlando Guedes Costa – nós entendemos que o marketing jurídico possibilita a justa e adequada via para que o advogado desenvolva a sua reputação e autoridade no mercado jurídico atual.

Sem números. Sem artimanhas, nem artifícios. Com seriedade, honestidade e trabalho árduo.

Publicidade versus Marketing Jurídico

O marketing jurídico não se confunde com a mera publicidade.

Concordamos que a publicidade recorre geralmente a mecanismos ardilosos, desprovidos de valor e que visam efetivamente a «caça ao cliente». Existem exemplos pela Internet fora. Aliás, mencionámo-lo neste artigo:

Publicidade na Advocacia: estará a Ordem à beira de um precipício? #1

Já o marketing jurídico atrai os potenciais clientes, não os persegue. São atraídos pela qualidade e frequência dos conteúdos partilhados, pelo valor que percecionam, que conduz ao desejo de contratar os serviços de determinado advogado. Essa é uma grande diferença.

Além do mais, o recurso a estratégias de marketing pode nem visar a venda de serviços no curto prazo. Os objetivos podem consistir simplesmente em destacar o trabalho do advogado, desenvolver a sua reputação e autoridade no meio digital, tendo por base um conjunto de interesses difusos. Outra grande diferença.

Partilha de conteúdos nas redes sociais não é marketing jurídico

A partilha de conteúdos jurídicos é naturalmente um pressuposto para implementar estratégias de marketing jurídico. Mas, per se, não basta. O conteúdo pode despertar um interesse particular pela sua qualidade, mas raramente produz resultados.

Especialmente numa conjuntura de saturação do consumidor – um debate que, aliás, se tem feito este ano. O constante bombardeamento com diferentes conteúdos nas redes, tem sido responsável por este fenómeno. E as consequências resultam no «scroll infinito», que mencionámos anteriormente.

Não basta, portanto, a excecional qualidade do conteúdo. É necessário integrá-lo com diferentes estratégias que despertem o interesse inicial, recorrendo as técnicas de copywriting, mas também estratégias que reconduzam o consumidor para outras plataformas, possibilitando uma comunicação diferenciada e adaptável aos interesses em causa.

Daí resulta a importância da implementação de estratégias de marketing jurídico, que podem assumir diferentes contornos consoante o público-alvo visado.

Imaginemos um advogado que atua na área do direito penal e contraordenacional. Que estratégias pode implementar?

Vamos supor, para simplificar, que deseja dedicar-se à área das contraordenações rodoviárias, designadamente à defesa de cidadãos "apanhados" com álcool na estrada.

Que estratégias se poderiam recomendar? Existem várias abordagens possíveis, evidentemente.

Eis o exemplo simplificado dos passos para uma estratégia de marketing de conteúdo:

1. Partilhar conteúdos relevantes com o público-alvo sobre o tema;

2. Integrar uma CTA (call to action) – subscrição de uma lista, por exemplo;

3. Partilhar conteúdos subsequentes de valor acrescentado (email marketing);

4. Disponibilizar mecanismos de interação, por exemplo, formulários de respostas simples ou de escolha múltipla (compreender melhor os interesses);

5. Continuar a partilhar conteúdos de valor acrescentado, com periodicidade mais ou menos determinada, dentro do objeto que levou à subscrição da lista.

É certo que os passos indicados são genéricos, desdobrando-se cada um deles noutros pequenos passos, que se podem consubstanciar em processos mais ou menos complexos de executar.

O certo é que através do marketing jurídico é possível implementar estratégias para atrair dignamente o potencial cliente, estabelecendo uma comunicação diferenciada e, além do mais, trabalhar no desenvolvimento de uma lista de contactos.

E este último aspeto, o desenvolvimento de uma lista de contactos, entendemo-lo fundamental num mercado cada vez mais competitivo, onde captar a atenção do potencial cliente, através da mera partilha de conteúdos redes sociais, é cada vez mais exigente.

Gostou deste artigo? Questiona-se de que modo o marketing jurídico poderia impactar o seu escritório?

Contacte-me para agendarmos uma reunião e fazer essa avaliação!

Até ao final do ano, estarei disponível para estabelecer parcerias que visem definir objetivos e implementar estratégias de marketing jurídico que impactem o mercado em 2025!

Um bem-haja.

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